Reflexões sobre o homem e máquina

Por meio trabalho conquistamos o mundo e descrevemos nossas vidas em consequências das formas de trabalho automatizadas que fizemos aparecer.  E através das invenções de máquinas reguladoras e diretoras de linhas de produção mecanizamos nosso trabalho. E hoje em nossa atualidade essas máquinas cada vez mais exercem a função de vários homens ao mesmo tempo.

Através desses fatores e por meio da evolução das máquinas em diversos setores do cotidiano homem, podemos chegar a formular a seguinte questão em meios às reflexões de teóricos da cibernética: é o homem o único ser a quem se possa atribuir à qualidade pensante, ou as máquinas que fazemos evoluir devem ser consideradas possuidoras de pensamento? Máquinas capazes de executar operações lógicas e matemáticas que antes se julgava só poderem ser realizadas pelo cérebro humano.

Importante aqui distinguirmos alguns significados, em sua reflexão sobre o Conceito de Tecnologia de Álvaro Vieira Pinto. Ele utiliza a palavra máquina para descrever qualquer tipo criação ou invenção mecânica (robótica) feita pelo homem. Iremos considerar a ideia de máquina em nossa dissertação toda máquina tecnológica computacional como smartphones, tablets, notebooks, computadores entre outros objetos de relação computacional inventada pelo homem.

Essas máquinas que hoje nos cercam, e das quais dependemos cada vez mais, não no sentido simples de algumas delas fazerem (ligações, procedimentos mecanizados, força, e várias outras tarefas), mas no sentido autêntico e existencial do homem ao que se fez existir por meio dessas máquinas. 

E o fundamento da compreensão da máquina possa estar ligado a cada máquina inventada pelo homem. Resultados que podemos observar em várias máquinas de nossa atualidade. Processos de uma longa jornada de acumulação de conhecimento a respeito de todas as propriedades dos corpos, dos materiais e dos fenômenos da natureza que cercam o ser humano.

Se notarmos todos os objetos tecnológicos que fazem parte do dia a dia do homem perceberá que os desenvolvimentos dessas máquinas, é se não a descrição do progresso do conhecimento do homem através das forças naturais crescentemente dominadas. Como por exemplo, o avião, era uma força a qual o homem não dominava e não podia executar, mas pela observação dos pássaros e através do crescimento intelectual pode inventar sua máquina de voar e por intermédio dela voar, exercendo várias transformações em seu habitat.

Poderíamos mencionar uma infinidade de objetos que o homem fez por se existir e por meio deles existir no mundo, mas o real fundamento de todo essa evolução ou transformação desses objetos está na utilidade que a máquina consiste ao homem em suas tarefas que é a de poupar esforços e tempo em seu trabalho. Assim a máquina resume uma forma de ser do homem, um existencial, enquanto realização específica do homem em suas atividades, sendo assim não é possível entende-la desligada do criador que é o homem.

A origem da máquina encontra-se particularmente na capacidade humana de projetar, de modo que o projeto somente seria possível se a correspondente faculdade intelectual (p. 76), isso implica estabelecer outro sistema de relações sociais e utilizar em combinações originais as relações entre os corpos da natureza, de acordo com as propriedades deles apreendidas pelo espírito e representadas em ideias. O projeto não é um abstrato e irreal constituir-se a si mesmo, fazer-se na plenitude de sua liberdade insondável, e outras impalpáveis expressões poéticas equivalentes. O homem projeta de fato o seu ser, mas não pelo cultivo dessas especulações metafísicas e sim mediante o trabalho efetivo de transformações da realidade material, tornando-se o outro que projeta ser em virtude de haver criado para si diferentes condições de vida e estabelecido novos vínculos produtivos com as forças e substâncias da natureza. (p. 54). O projeto é na verdade a característica peculiar, porque engendrada no plano do pensamento, da solução humana do problema da relação do homem com o mundo físico e social. Assim o projeto na origem é pura e simplesmente a percepção mental das possibilidades de conexões entre as coisas.